domingo, 29 de outubro de 2017

Poríferos - Anatomia e Fisiologia




As esponjas não formam tecidos verdadeiros. Apresentam três camadas de células: uma de revestimento externo denominada, pinacoderme, uma de revestimento interno e uma camada gelatinosa intermediária denominada meso-hilo. A estrutura corporal de uma esponja simples pode ser descrita como um cilindro oco, fechado na base e com uma abertura relativamente grande no topo, o ósculo (do latim osculum, diminutivo de “boca”). A água penetra através dos microscópicos poros que perfuram a superfície corporal da esponja e atinge uma cavidade interna, a espongiocela (também chamada de átrio, termo atualmente em desuso); dali a água é lentamente expelida pelo ósculo, de modo que há um fluxo liquido contínuo através do corpo do animal. 



TIPOS DE CÉLULAS

São formadas basicamente por quatro tipos de célula: os pinacócitos, que revestem externamente o animal formando a pinacorderme; os porócitos, que formam os poros; os amebócitos, que compõem o meso-hilo, produzem espongina e espículas que são responsáveis pela sustentação do animal; e os coanócitos, que revestem as cavidades internas, constituindo a coanoderme.
            
-PINACÓCITOS: Opinacócitos são células de revestimento que formam a pinacoderme nas esponjas. Têm forma poligonal, são finas, coriáceas e estreitamente ligadas. 


-PORÓCITOS:  Células dotadas de um poro central, designado poro inalante, que as atravessa de lado a lado. Localizam-se a espaços regulares na parede do corpo da esponja, sendo através delas que a água penetra no espongiocela. Estas microscópicas aberturas podem ser reguladas pelo animal.


-AMEBÓCITOS: Podem ser chamados de arqueócitos e estão presentes no meso-hilo, em que se deslocam essas células amebóides totipotentes, isto é, capazes de originar todos os outros tipos de célula do animal. Uma importante função dos amebócitos é distribuir nutrientes pelo corpo da esponja. Eles capturam por endocitose partículas alimentares transferidas pelos coanócitos e as digerem intracelularmente. Os nutrientes gerados nessa digestão são transferidos a pinacócitos e outras células, durante o deslocamento dos amebócitos pelo meso-hilo. Assim, a digestão dos alimentos nas esponjas é exclusivamente intracelular, ocorrendo no citoplasma de amebócitos e de coanócitos. Existem três tipos de amebócitos:

  1. Arqueócitos: são responsáveis pela digestão das partículas de alimentos o transporte de nutrientes e a produção de gametas. São células totipotentes, que podem se transformar em esclerócitos, espongiócitos ou colenócitos. 
  2. Esclerócitos: são as células responsáveis pela secreção das espículas de calcário ou sílica, que residem no meso-hilo.
  3. Espongócitos: são as células responsáveis pela secreção da espongina (fibras semelhantes ao colágeno), que formam o "esqueleto" do animal.

-COANÓCITOS: As esponjas apresentam outro tipo celular característico, os coanócitos (do grego koanos, funil), células ovóides dotadas de um flagelo cuja base é circundada por projeções da mem- brana plasmática, formando um funil. Nas esponjas mais simples, os coanócitos revestem comple- tamente a cavidade central da esponja, a espongiocela. Nas esponjas mais complexas e maciças, os coanócitos revestem apenas certos canais e câmaras internas presentes na parede corporal. Os coanócitos estão diretamente relacionados com a nutrição do animal. As ondulações de seus flagelos impulsionam a água através do corpo da esponja, criando uma corrente líquida que traz partículas nutritivas e gás oxigênio, além e remover excreções e gás carbônico resultantes da atividade celular. 

Detalhe da relação entre um amebócito e um coanócito. Este transfere alimentos ao amebócito.

SUSTENTAÇÃO ESQUELÉTICA

A forma do corpo das esponjas é mantida por elementos esqueléticos de dois tipos básicos: fibras protéicas ou estruturas minerais microscópicas, em forma de agulha, estrela, halter, etc., constituídas por sílica (SiO2) ou carbonato de cálcio (CaCO3). Esses elementos silicosos ou calcários, denominados espículas, são produzidos por células especiais conhecidas como, escleroblastos ou esclerócitos, que se diferenciam a partir de amebócitos e ficam distribuídos pelo meso-hilo. As fibras protéicas esqueléticas são constituídas por uma proteína semelhante ao colágeno, a espongina, secretada por espongioblastos (espongócitos), células que também se diferenciam a partir de amebócitos. As fibras de espongina formam uma trama ramificada entre as células corporais, constituindo um esqueleto flexível e resistente. Os antigos gregos usavam o esqueleto de certas esponjas marinhas para polir elmos e armaduras de metal. Os romanos, além de utilizar o esqueleto protéico de certas esponjas para tomar banho e para fabricar esfregões, tinham também o curioso hábito de encharcá-las com vinho, espremendo-as para beber. Esqueletos de esponjas ainda são utilizados para banho, limpeza e polimentos.




sábado, 28 de outubro de 2017

Poríferos - Características Gerais

O filo Porifera - do grego poris, poro, e phoros, portador reúne animais conhecidos como poríferos ou esponjas. Essas denominações devem-se a uma das principais características do grupo: apresentar o corpo perfurado por inúmeros poros microscópicos. Os poríferos atuais diferem pouco dos ancestrais, que devem ter surgido no final da era Pré-Cambriana, entre 600 e 575 milhões de anos atrás. Compreende animais que apesar de pluricelulares, não apresentam tecidos verdadeiros e, portanto, não formam órgãos. Suas células desfrutam de certo grau de independência. Por apresentarem essas características são denominados parazoários (do grego para, à parte, zoa, animal), enquanto todos os demais são eumetazoários.

Todos os poríferos são aquáticos. A maioria vive no mar, em águas costeiras, rasas e quentes, geralmente fazendo parte da comunidade dos recifes de corais. Entre as quase 10 mil espécies do filo, pouco mais de uma centena vive em água doce, em rios e lagos de água limpa. Eles crescem aderidos a substratos submersos (madeira, rochas, conchas, etc.) e praticamente não se movimentam, o que caracteriza um modo de vida que os biólogos denominam séssil (do latim sessilis, diretamente fixado). Por não apresentar nenhuma movimentação ou reação a estímulos, até meados do século XVIII as esponjas eram considerados plantas.
        
Os poríferos apresentam-se sob grande variedade de formas, cores e tamanhos. A maioria é assimétrica e muitas espécies crescem incrustadas no substrato, sendo ásperas ao tato. Outras têm forma de vaso, com simetria radial um pouco irregular. As cores podem variar, do cinzento ao vermelho, laranja ou violeta acentuados. A maioria dos poríferos mede poucos centímetros, mas há espécies que chegam a atingir entre 1 m e 2 m de altura. A distribuição geográfica das esponjas é ampla: elas podem ser encontradas desde os mares polares até os tropicais, onde são mais abundantes. Diferentes espécies ocupam desde a zona das marés até as profundezas oceânicas.
      
Diversas espécies de porífero produzem substâncias tóxicas, provavelmente uma adaptação contra predadores. Algumas das substâncias produzidas por esses animais têm sido recentemente pesquisadas por seus efeitos farmacológicos benéficos para os seres humanos, atuando como anti- -tumorais, anti-inflamatórios  e antibióticos.