As esponjas não formam tecidos verdadeiros. Apresentam três camadas de
células: uma de revestimento externo denominada, pinacoderme, uma de
revestimento interno e uma camada gelatinosa intermediária denominada meso-hilo. A estrutura
corporal de uma esponja simples pode ser descrita como um cilindro oco, fechado
na base e com uma abertura relativamente grande no topo, o ósculo (do latim osculum, diminutivo de “boca”). A água penetra através dos microscópicos
poros que perfuram a superfície corporal da esponja e atinge uma cavidade
interna, a espongiocela (também chamada
de átrio, termo atualmente em desuso); dali a água é lentamente expelida pelo
ósculo, de modo que há um fluxo liquido contínuo através do corpo do animal.
TIPOS DE CÉLULAS
São
formadas basicamente por quatro tipos de célula: os pinacócitos, que revestem externamente o animal formando a pinacorderme; os porócitos, que formam os poros; os amebócitos, que compõem o meso-hilo, produzem espongina e espículas
que são responsáveis pela sustentação do animal; e os coanócitos, que revestem as cavidades internas, constituindo a coanoderme.
-PORÓCITOS: Células dotadas de um poro central, designado poro inalante, que as atravessa de lado a lado. Localizam-se a espaços regulares na parede do corpo da esponja, sendo através delas que a água penetra no espongiocela. Estas microscópicas aberturas podem ser reguladas pelo animal.
-AMEBÓCITOS: Podem ser chamados de arqueócitos e estão presentes no meso-hilo, em que se deslocam essas células amebóides totipotentes, isto é, capazes de originar todos os outros tipos de célula do animal. Uma importante função dos amebócitos é distribuir nutrientes pelo corpo da esponja. Eles capturam por endocitose partículas alimentares transferidas pelos coanócitos e as digerem intracelularmente. Os nutrientes gerados nessa digestão são transferidos a pinacócitos e outras células, durante o deslocamento dos amebócitos pelo meso-hilo. Assim, a digestão dos alimentos nas esponjas é exclusivamente intracelular, ocorrendo no citoplasma de amebócitos e de coanócitos. Existem três tipos de amebócitos:
- Arqueócitos: são responsáveis pela digestão das partículas de alimentos o transporte de nutrientes e a produção de gametas. São células totipotentes, que podem se transformar em esclerócitos, espongiócitos ou colenócitos.
- Esclerócitos: são as células responsáveis pela secreção das espículas de calcário ou sílica, que residem no meso-hilo.
- Espongócitos: são as células responsáveis pela secreção da espongina (fibras semelhantes ao colágeno), que formam o "esqueleto" do animal.
-COANÓCITOS: As esponjas apresentam outro tipo celular característico, os coanócitos (do grego koanos, funil), células ovóides dotadas de um flagelo cuja base é circundada por projeções da mem- brana plasmática, formando um funil. Nas esponjas mais simples, os coanócitos revestem comple- tamente a cavidade central da esponja, a espongiocela. Nas esponjas mais complexas e maciças, os coanócitos revestem apenas certos canais e câmaras internas presentes na parede corporal. Os coanócitos estão diretamente relacionados com a nutrição do animal. As ondulações de seus flagelos impulsionam a água através do corpo da esponja, criando uma corrente líquida que traz partículas nutritivas e gás oxigênio, além e remover excreções e gás carbônico resultantes da atividade celular.
Detalhe da relação entre um amebócito e um coanócito. Este transfere alimentos ao amebócito. |
SUSTENTAÇÃO ESQUELÉTICA
A forma do corpo das esponjas é
mantida por elementos esqueléticos de dois tipos básicos: fibras protéicas ou
estruturas minerais microscópicas, em forma de agulha, estrela, halter, etc.,
constituídas por sílica (SiO2) ou carbonato de cálcio (CaCO3).
Esses elementos silicosos ou calcários, denominados espículas, são produzidos por
células especiais conhecidas como, escleroblastos
ou esclerócitos, que se diferenciam
a partir de amebócitos e ficam distribuídos pelo meso-hilo. As fibras protéicas
esqueléticas são constituídas por uma proteína semelhante ao colágeno, a espongina, secretada por espongioblastos (espongócitos), células
que também se diferenciam a partir de amebócitos. As fibras de espongina formam
uma trama ramificada entre as células corporais, constituindo um esqueleto
flexível e resistente. Os antigos gregos usavam o esqueleto de certas esponjas
marinhas para polir elmos e armaduras de metal. Os romanos, além de utilizar o
esqueleto protéico de certas esponjas para tomar banho e para fabricar
esfregões, tinham também o curioso hábito de encharcá-las com vinho, espremendo-as
para beber. Esqueletos de esponjas ainda são utilizados para banho, limpeza e polimentos.
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